11/09/2007

E se um peixe pudesse soltar uma lágrima?

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Palavras perdidas e escondidas...com sentimento, mas sem expressão, onde uma pequena lágrima escorre por entre escamas densas e impermeáveis...nem aquele líquido transparente e puro as consegue trespassar...um sufocar doloroso como que privado do respirar da vida...o pequeno "saco" respiratório que parece rebentar com falta de oxigénio, uma lufada...de liberdade...onde na seiva se pode respirar...uma sensação de abandono e desespero encaradas naturalmente...encobertas pela luta incessante por existência...por sobrevivência primordial...luta fora de água... na esperança de voltar a estar submerso na imensidão do todo...sem braços, sem pernas para poder fugir e alcançar a salvação...tão limitado... mas tão de lutar até ao fim...até morrer...sem desistir...e se um peixe pudesse soltar uma lágrima?

10/28/2007

Realidades Paralelas


Imagem retirada da net
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A realidade por vezes é tão irónica, como um ser expectante de algo em que esse algo na verdade não existe...que esse algo não passou simplesmente de uma ilusão...de um sonho...sei que poderei ser considerado um ser ridículo pelas minhas palavras por vezes sem nexo, muitas vezes paradoxais e contraditórias...mas esta é a minha vida...o meu mundo especial...como quando desejamos tanto conhecer uma coisa e quando quase pensamos que estamos a chegar a uma meta de o conseguir...finalmente acordamos para a realidade nua e crua...e na verdade...nunca nos poderemos conhecer totalmente...serei eu uma ilusão de mim?

Não...não sou uma ilusão de mim e o mundo acontece para mim como eu já esperava que acontecesse...e isso é o pior de tudo...saber, querer não saber...na verdade o que espero é mesmo não saber...mas isso acontece e tenho de o viver como se não o soubesse...pois não posso mudar o rumo das coisas...terei de passar por elas mais tarde ou mais cedo...dejá vu!

A minha esperança é um dia simplesmente viver...sem parar por um momento e dizer ou auto criticar que já estive ali e que aquilo já se passou nesta ou noutra realidade, por vezes dou por mim a sorrir patéticamente e pensar se estarei no rumo certo ou não...se o facto de estar a presenciar aquele momento e já o ter vivido se deva ou não intervir, ou ficar simplesmente a observar as coisas acontecerem e esperar...pelo resultado final...seja ele bom ou mau...gostava de poder espreitar o outro lado do espelho...ousar e mudar o destino...mas destino significa sem tino e eu não quero perder o norte da coisa...escolho fazer hoje e agora...só aqui neste momento poderei alterar as coisas...pudera eu saber se deva ou não...continuar...a resistir á curiosidade de levantar o tapete e espreitar para o que está escondido lá de baixo...e poder guardar o que encontrar como que um tesouro raro e precioso...poder guardar tudo dentro de um baú envelhecido e poder viajar no tempo através dele...para nunca... nunca mais voltar...mas poder viver cada momento outra vez e outra vez, voltar atrás as vezes que quiser e andar para a frente, como se possuísse um comando do meu destino...por isso se encontrarem um escadote ou uma escada encostados a um espelho...não se assustem...fui eu que fugi...ou simplesmente fui um ser atraído e convencido pela curiosidade...

10/27/2007

Até que a morte nos junte de novo...


O teu rosto é uma doce névoa que se vai dissipando da minha memória, mas que todos os dias luto para me lembrar de mais um bocadinho de ti...és uma pessoa que ainda habita no meu coração...mas que... por mais que queira jamais será possivel voltar a tocar a tua face, sentir o teu cheiro, sentir a tua forma de me agarrar e de falar...apenas o poderei fazer na minha doce recordação, aquela que apenas nós dois tão bem conheciamos...o quão belo é podermos amar tantas pessoas e cada uma ser especial, tu foste demasiadamente especial mas não cheguei a tempo...de te salvar...perdoa-me!

Nunca tinha tido coragem para escrever estas palavras, mas hoje especialmente senti-te perto de mim como que a confortar-me meu amigo...meu confidente...meu igual...sei que não mais te poderei ver...mas tenho o "Dom" de te poder sentir sempre que estiveres perto de mim...a vida foi tão curta e respirou tão brevemente por ti, foste cruelmente afastado daquilo que tão bem sabias fazer...VIVER...afastaste-me de ti com receio de me fazeres sofrer...pois sabias...ambos sabíamos o que o destino reservava mais tarde ou mais cedo, mais tu... porque eu nunca te deixaria até ao fim...mas perdemos o contacto por tua vontade...e eu voltei a quebrar promessas e a enganar-me, nunca pensei que uma decisão me impedisse de te voltar a ver assim tão repentinamente...foste amor verdadeiro e amizade pura em sintonia e harmonia...vivemos momentos de euforia, ouvimos músicas...falavamos de tudo...ainda me lembro daquela música em que eu aproveitava para te seduzir...e tu adoravas olhar para mim...eu adorava olhar para ti, depois riamos que nem uns perdidos como dois garotos...nunca me traíste...nunca me enganáste e percorrias quilómetros para simplesmente falar comigo...estavas sempre ali quando precisava de um ombro amigo...era tão bom poder simplesmente te abraçar...mesmo quando foste para a Áustria despediste-te de mim com muito respeito, foi naquela altura em que decidimos mudar os 2 de rumo...nunca te esqueci...nunca te poderei esquecer...não te quero esquecer...serás para sempre imortal em mim...vou recordar com carinho as tuas sardas, os teus olhos lindos, o teu sorriso...descansa em paz meu amor...nunca haverá um amor assim na minha vida...especial e único como o foste, verdadeiro como o foste, quero tornar-te assim...imortal para mim...meu anjo...na minha memória...até que a morte nos junte de novo...para poder sentir novamente VIDA em ti...
Para o meu amigo T. Z...eternamente...

10/12/2007

Marcha dos seres levitantes...

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Marcha em ti...encontra o verdadeiro caminho, nunca uma rua encolheu tanto ao encontro de um visionário...levita como se voasses para um sitio sem limites de sonho...sem limites de imaginação.

Circunda tudo ao teu redor e verás o que o espaço simboliza...o seu significado...não da ilusão...mas da sua verdadeira realidade. Um espectro transparente que observa sem ser observado...que sente sem retorno...que se perde na esperança de ser reencontrado...

Jaz nesse túmulo chamado de mundo, a descoberta da verdade...e nesse mundo chamado de Teu...a esperança da sobriedade...

Sozinho mas tão transparentemente acompanhado, nessa marcha que me levanta do chão...e me eleva ao tão "Eu" esperado...





10/06/2007

Futilidades...



Poderia ser um cisne...ou uma estrela...ou um deus...mas escolhi ser apenas um elemento de suporte...uma mão...no vazio...na escuridão...onde muitos não se atrevem a ir por medo...não sinto medo...sei bem quem sou...do que sou capaz...do que quero alcançar...só! Acolho-me em mim...pois nada a minha volta poderá soar da mesma forma...as coisas mudam com a rapidez de um cubo inteligente, mágico... que se mexe e nunca tem a mesma face...como o desvendar? Como aceitar? Como querer ter a vontade de mais... se a frustração já ali se encontra? Já foi materializada...de tanto fazer planos para ela...como pode ser? Como pode ser?

Sou um desenho pintado na tela em tons de laranja, em tons de violeta, em tons de dourado e branco...mas nenhuma cor me consome...nenhuma me anula...seria a anulação a libertação? Ou é realmente o verdadeiro amor? Podemos amar sem sentir? Ou ser, sem ser? Futilidades sem nexo...talvez exista a probabilidade de uma face se repetir...e poder voltar atrás no tempo...para tornar as coisas fúteis...em coisas coloridas e desvendáveis...o interessante está em não conseguir...e estar sempre a tentar mudar...

9/10/2007

De mim para "mim"...


O teu doce olhar incendeia de paixão... percorre o meu corpo, faz-me sentir segurança de mim e de ti...não encontro explicação nem palavras que transmitam todas as sensações que vivo a teu lado...pareces um ser vindo dos meus sonhos, das minhas fantasias...sem nexo, mas tão lógico para mim...tão como eu...tão em mim...percebo cada movimento, percebo cada expressão, sinto o que sentes...

Sei que a minha tremenda dificuldade em aceitar que és real, me limita...mas também sei que estás aqui...que posso pisar o nosso mundo sem medos... mesmo caminhando de olhos fechados, pois sei que a solidão nunca mais me vai perseguir...sinto o meu respirar em ti e vice versa...o teu calor ilumina uma parte do meu caminho...os teus lábios...a tua alma que chama por mim, para juntos irmos em busca da sabedoria, do amor, da humildade, da música, da magia, da espiritualidade...a amizade tão sincera que provém de ti...meu amor!


Envoltos por um castelo de árvores, um lago de luar...uma noite de veludo coberta...tão suave...tão...terna...dança comigo sem medo do fogo...envolve todo o meu ser com os teus braços, ramifica-os em mim...e deixa-me adormecer com o embalar do vento de ti para mim...deixa-me cantar e ouvir o teu sussurro, a tua vida, o teu sorriso...nunca vi tanta luminosidade ao serem proferidas palavras, como ouço e vejo as que saiem da tua boca...a natureza o nosso altar...a chuva de prata que abençoa momentos de pura beleza, o puro sol que sinto dentro de mim quando as melodias me tocam o espírito, sim...aquelas melodias feitas de carinho, do desconhecido mas... familiar, feitas do céu para a terra...não sei mais como falar...apetece-me apenas olhar e amar-te como já te amo perdidamente e sem limites...cada vez mais...tu sabes quem és...para mim e eu sei quem sou para ti...


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«(...) Serás todo o meu amor, serás toda a minha força! Dá-me a tua mão...se andarmos sempre juntos, a via será menos rude e mais curta, contigo...é que poderei atravessar a grande solidão...sem proferir um único lamento (...)»


Balzac

9/07/2007

Deus das serpentes


Lingua serpenteante, que silva sobre a minha alma de uma forma suave e subtil...doce sopro envolvente misturado com veneno mas convidativo ao calor, convidativo a dormir no seu leito...convidativo a adormecer no seu sufocante aperto...no mortal, hipnotizante beijo que envolve no escuro, mas também na segurança de um abraço sincero...que apaga lentamente, todas as dúvidas...todos os medos...activando apenas a curiosidade para o que virá a seguir de surpreendente...aquele olhar que me acalma, mas que também me faz querer sonhar...rastejar e ser terra molhada onde deslizas suavemente ao encontro de mim...

9/05/2007

Sou...


Sou vento...

Sou ar...

Sou água...

Sou fogo...

Sou terra...

Sou lava...

Sou gelo...

Sou amor...

Sou ódio...

Sou alguém...

Sou nada...

Sou gente...

Sou animal...

Sou natureza...

Sou o que sou...

Sou o que esperava ser...

Sou o que temia ser...

Sou o que não queria ser...

Sou bem...

Sou mal...

Sou um cacto...

Sou uma tulipa...

Sou decisão...

Sou indecisão...

Sou Lua...

Sou sol...

Sou o que Sou...

SOU EU...

9/03/2007

Interna, eferma, inferna...


Percorro só na escuridão, todos os passos em falso onde apalpo uma grande imensidão interna, eferma, inferna...


onde não encontro respostas para tudo, onde todas as questões se tornam em respostas e as respostas em perguntas internas, efermas, infernas...
os gritos agem dentro de mim e querem gritar em uníssono para me ensurdecer de ódio...interno, efermo, inferno...
de onde vindes?

De onde vindes?


DE ONDE VINDES?


Com tantas voltas dadas e por dar dentro do meu cérebro prestes a explodir...calem-se, calem-se agora! Deixem-me em paz...internas, efermas, infernas...
vozes,...não pertencem aqui...este mundo é meu, não é violável, a ninguém mais é predestinado senão a mim...desta interna, eferma, inferna...
melancolia nada poderão aproveitar, pois não me pertence...e grito de dentro para fora como que um vómito sonoro para que me deixem em paz simplesmente...na minha interna, eferma, inferna vida...

8/27/2007

Datura


Envolves-me no teu silêncio...

no calor das tuas palavras...

no sorriso...

na genialidade...

na preocupação que emanas, no calor que me atenua esta difícil imensidão...

na profundidade...na abreviação...

do teu ser...vivo... tão único e seguro de si...

espinhos doces...relaxa-me...com a semente que germina em ti, tão humildemente exposta...mas tão vulnerável ao beijo...

e me tocas com a névoa fumegante de ti...a abrir tão generosamente o teu coração...que toco... que sinto...enlaçando o meu corpo, nas melodias que emanam das tuas folhas...dos sentimentos despertos pelas tuas raízes...simplesmente de apenas ser...um absorver do teu ensinamento...balançando ao vento, na noite de ti minha, stramonium!

8/23/2007

Toques de fogo ( Vulcânia )



Toca-me por dentro... fogo sagrado,

que em mim apenas o sentir, o poderá ser,

tú... ansioso... por ser apagado,

porque não a lenha em mim arder?



Toca-me por fora...ente não domado,

sê cabelo, sê belo, deixa-me te ter,

Tú...fogoso e abrilhantado,

até ao longe todos te poderão ver...


Toca-me sem dôr...pois os que já te provaram,

deixaram... de te ver, para ser simplesmente queimado,

com a cor que em ti se faz amanhecer...



Lenga Lenga a ti...JUSTIÇA

Imagem de fonte desconhecida


O que é feito de sua justiça? Oh aclamada, silenciosa e cega atitude...a tua, oh divina...por que becos te escondes e por que ruelas andas tu perdida?


Olha ao redor, e tenta ser destemida...nunca uma balança desiquilibrou tanto...quase tocando o chão?


Não te escondas que és precisa...e olha que até um cego sabe o que é o sim ou o não...trata-se simplesmente de algo extra sensorial...que apesar do que dizem as bocas...apesar do que diz o povo...este que com ela tem o coração...oh tu...divina justiça!


Onde anda a tua intuição?


Andas tu tão esfolada que já não a sabes discernir?


Ou em cada lufada que te faz sufocar...

na única golfada que podes ter de ar...aproveitas tú para rir...

Amiga justiça...chegará a altura em que um dia terás de decidir...

Chegará a altura em que terás de finalmente! acordar...e AGIR!

8/20/2007

Máscaras


Escuridão palpável...mas tão terna de si mesma...vazio cheio...de vida... de lágrimas de sangue escondidas por entre heras, por sonhos obscuros de intensidade suja mas consciente da sua mesma inocência.


Suave luar escondido em ti...tão encoberto de tristeza e solidão...


Segue o sonho encoberto pelas tuas mãos, que tão dolorosamente tapam as fraquezas e vulnerabilidade...sem se deixar magoar pelos gritos do passado...nunca foi assim um escudo tão forte, pois afinal é ele que te move através de montanhas escorregadias...


8/17/2007

Divina armadilha

Imagem de autor desconhecido


Encantam nos mares as sereias...seus gritos iludem...pois os verdadeiros tons não podem ser ouvidos pelos comuns mortais apenas pelos escolhidos...especiais...as verdadeiras melodias, inigualáveis ás nereidas, ninfas...ondinas dos rios e lagos que encantam...tais silfides esvoaçantes...levando seus suspiros em busca de um obstáculo tão banal para a Natureza...chamado de Homem...enfeitiçando...até que surja de mansinho, entregue ás forças impiedosas de tão belas criaturas...que afogam suavemente...sem dor...devagar...profundamente...pois será um prazer, ser abraçado e engolido um ser pela majestosa seiva da vida, tornando-se nela, tornando-se lôdo...comida...fértil...companheiro fiel como a noiva do entendimento mais puro e divino...a Mãe...aquela que realmente acolhe no seu leito...no seu ombro, que embala no desespero até que adormeças sem medo...e suavemente, te deixes ir...sim tu...o escolhido...finalmente!


Agora sim fazes parte da Terra...e os Devas habitam em ti...

8/16/2007

Thor


Imagem de M.E Winge



Enviado dos Deuses quem és tu?

Aquele fogo penetrante tal martelo de Thor que me envolve...és o equilibrio da balança...o gato com os olhos de cor diferente mas penetrante em mim...conhecendo-me, mas não...sentindo, mas não...quem és tu?

A ampulheta que se esgota...mas que no momento exacto vira e começa de novo...o relâmpago que ilumina toda uma noite, o estrondo do trovão que se apodera de mim no auge da voz que se solta de dentro...da prisão para a liberdade...ser selvagem, ser simplesmente assim...assim como és...sem segredos...afinal quem és tu?

Soube de uma chama doce, quente e violenta que nunca, mas nunca me dominará...mas porém a tentativa é uma batalha saudável de dois corpos nús...que se envolvem como que um só... em jogos de perícia que transcendem o mais comum dos mortais...salvé Thor...

8/15/2007

Obsessão


Transpiras ao olhar que fujo...os teus olhos avermelham de desespero, ou medo ou ânsia? Não conheço essas expressões...nunca fui de ninguém senão do meu próprio ser...que dúvidas? Que dúvidas?

A voz treme e engasga as palavras que saiem daí de dentro como facas...disfarçadas de rebuçados doces e moles...pelo calor do tempo. Um descontrolo total, que me sufoca totalmente...até conseguir retirar de uma vez por todas estas amarras que não me soltam...Sou livre! Como me podes tentar meter numa gaiola? É tão bom voar...nem que seja só...até ao cimo daquela árvore grande! E me pendurar de cabeça para baixo...talvez assim consiga distorcer a tua imagem...tornar-me a terra se fui céu... cair na terra e perceber que por vezes nos iludimos...afinal! Afinal não mando no que sinto...Ái que arde...arde saber que o que pensamos ser amor se torna numa máscara...que afinal se parte de tantos descuidos...porque afinal ninguém consegue ser por muito tempo aquilo que não é...o excessivo zelo pela perfeição revela...toda a imperfeição camuflada...o gato deixou o rabo de fora! E eu...eu encontrei-o...e agora quem foge é o ratinho...que esperou inglóriamente pelo pedaço de queijo que afinal...estava já podre...


E onde pensava que encontraria uma pedra...era afinal um diamante perfeito, cheio de luz... o meu coração!





8/14/2007

Metamorfose

Imagem de autor desconhecido

Caíu de cima uma doce transformação, luminosa, fresca mas familiar...levou com ela defeitos, tranformando em mim o meu ser desprovido neste momento de emoções...sou livre, liberdade enfim...serei o meu eu mais fincado, o meu verdadeiro ser e não aquele que alguma vez poderia imaginar ou pensar ser, tal como os outros poderiam supor, mas nunca ter a certeza...porém um ser desprovido de emoções...não é um ser desprovido de sentimentos...o amor existe, tal como todos os restantes selos da minha existência humana...aquela coisa que nos distingue dos Deuses e afins...o tão cobiçado livre arbítrio continua neste mesmo presente em busca do verdadeiro caminho dentro de mim, indo ao alcance da minha divina ascenção...


Serei vários em um só...sendo apenas um...em mim, o ser...uma metamorfose dolorosa como que uma borboleta a sair do seu casulo, onde a mais pequena ajuda significaria a sua verdadeira destruição...livre...finalmente!

8/09/2007

A Ilha


Imagem de Ruth Sanderson

Encontro dentro de mim uma ilha, um espaço abandonado e perdido nos confins do oceano, onde acaba o céu envolto no azul ondulado das águas tempestivas...uma ilha sóbria de medo, mas translucidamente entregue a sentimentos confusos e visões fugazes do que poderia ter sido um momento, uma vida, um fim...

Uma ilha coberta pela espuma da água, como se de cavalos selvagens e mágicos se tratasse...num turbilhão de imaginação e poder...

Essa ilha tão intocável e diferente das outras, uma peça de puzzle que encaixa naquele espaço tão improvável mas que afinal convida ao padrão usual das coisas...onde nada é fácil, onde tudo liquidifica e se escapa por entre as minhas mãos...nunca lá cheguei...faltam-me as forças nos braços para nadar...o corpo enfraquece de fora para dentro e de dentro para fora, desdobrando-me em intensas tentativas de chegar sempre perto...mas porém...cada vez me afasto mais...cada vez me afasto mais...pois as ondas, essas empurram-me para longe daquilo a que tão considerávelmente significa ter "pé"...assim flutuo para não me cansar, aproveito e olho para o céu...sem perceber afinal onde começo e onde acabo...

8/08/2007

Desilusões

Imagem de autor desconhecido.

Desilusões...são imensas...as pessoas o ambiente, tudo! Não criar expectativas é o meu lema neste momento. A minha imensidão terrestre faz-me pensar duas vezes na minha própria essência e tentar desvendar os meus segredos do passado, do presente, do futuro...

Vêm ter comigo como cães de volta de um osso bem duro de roer, um osso velho, oco...que não quer partir apesar de frágil. Tenho necessidade das pessoas...mas também de fugir delas, não confio em ninguém, mas não deixo de tentar salvar alguém...apesar de saber que mais tarde ou cedo a traição virá, que apesar de tudo... o que acredito seja bom...venha a doída desilusão calcar nas feridas roxas, espancando novamente o meu interior de sangue seco, que não deixa correr as lágrimas que tanto quero esvaziar de dentro de mim...inundam-me de tão ácidas e liquidas queimam-me de dentro para fora como se de facas bem afiadas se tratassem...os gumes bem polidos dilaceram-me a alma para apenas uma pergunta enraizada na minha mente florescer...o porquê?


O porquê?

Eu luto sem fôlego...

8/07/2007

Sem nexo...


Que estranhos sentimentos estes em mim...em que o regaço dos céus e dos infernos toca a minha alma...onde poderei eu estar finalmente em equilibrio sem que a minha eterna preocupação seja aqueles que tanto me querem mal...que ânsia é esta que se apodera de mim? Esta ânsia de querer perceber tudo, o que me rodeia sem medo, tocar, provar...deliciar-me nem que seja com o prazer carnal da vida, saber o porquê dos embustes das farsas e das lógicas, quero sentir a verdade delas para saber mais e mais sem deambular sem nexo...sem sentido...mas sim em segurança eterna pelo meu ser!


Apenas poderei eu ser dentro de mim...nada mais!
Como pode existir vida dentro de um frasco sem oxigénio?