12/22/2013

A Moira Doente


Era uma vez uma Moira,
que chorava, chorava, chorava sem parar…
Moira encantada de luz,
mas sem igual para a partilhar.

Diziam que era a Moira doente,
encantada de dor,
mas era apenas crente,
Em encontrar o verdadeiro ardor.

Moira alegre, moira sedenta,
Moira que era apenas gente,
de dia ofuscava plena,
de noite voltava a moira chorona e doente…

E sonhava, sonhava, sonhava sem parar…
Acreditava a Moira o seu ardor encontrar,
a Moira amava sem ver,
mas sofria por não queimar.

E cantava, cantava de dia sem parar…
na eterna estrela,
de real,
o seu sonho se tornar.

Ai a Moira doente,
que amava sem ver,
sofreu tanto por amor,
que apenas amor pôde ser.

Fitou as estrelas,
sem saber como ainda mais brilhar,

todo o amor interno e externo não lhe chegava,

a Moira ardente,
que esperava o seu igual ardor,
espera eternamente queimar,
e ser finalmente queimada,
mesmo sem parar de brilhar.

Diziam ser a Moira,
doente por esperar,
mas a moira amava,
Mesmo sem parar de brilhar...

12/14/2013

Dónde andarás!!!


 

12/11/2013

12/10/2013

1,2,3... o portal que Deus fez


Mudam as vidas, mudam as formas de pensar, de sentir, de agir... não existe outra forma de apreender senão aquela em que somos postos à prova e limitados a integrar e aceitar.
Integram uns, fogem outros... e muitos, nem se darão sequer ao trabalho, nem conta... quais suculentas sem espinhos, resignadas e plantadas ali... ao inchaço pela sequiosa sobrevivência.
Pelo medo...
Outros elevam-se e caiem desenfreados pelas montanhas abaixo e...

1:2:3... foi o portal que Deus fez.

Trindade;

Triquetra;

Triângulo;

Tríscele;

físico, mental, espiritual...

O Pai,

o Filho e o Espírito Santo.

A eternidade.

1, 2, 3... foi o portal que Deus fez.


(Bríggida Almar 2013)



12/09/2013

Tributo a Florbela Espanca... "8 Dezembro"

Um dia... perguntaram-me quem eu sou, e eu respondo que sou tantas em mim... que não me caibo de uma só!!

(Bríggida Almar 2013)



As notas de que me faço...



As notas de que me faço,
são profundas,
doces,
intensas,
como melaço...

São os gemidos,
e os acordes que toco,
e sentes,
em teu regaço...

São as notas desenfreadas estas,
de que me faço...

Desespero de vida,
de cansaço...
que explodem a alegria,
que vivo passo-a-passo.

Não existe melodia,
nem tu me tocas nem outrem...
Porque ser nota,
é ser livre e voar como um pássaro que ninguém tem.

Chegar aos ouvidos ou coração,
parado...
São as velas ardentes,
que ardem ao teu lado.

São as páginas que desfolheias devagar e depressa,
sem ter medo do resultado...
São as imensas ideias que surgem ao meu alcance.
São as montanhas que salto e recalco.

É ocupar um pequeno,
mas enorme espaço...
É ser melodia suave e rude dentro do que faço.

E estas são poucas palavras sentidas,
que me poderiam descrever...

São belezas outrora perdidas,
um novo amanhecer.

As notas de que me faço,
São noite, crepúsculo e entardecer.

As notas de que me faço,
são o meu eterno viver.

(Bríggida Almar Dezembro, 2013)







12/03/2013

I run...

12/02/2013

Fake...

Eu sinto...



Eu sinto...
Eu sinto folhas secas e caídas a meus pés,
fazem barulho,
desfazem-se em mil e um pedaços aos meus passos...
Eu sinto o tempo desvanecer-se em mim... e quebrado como um espelho, corta as minhas raízes que choram lágrimas de sangue soberbas de dor, soberbas de líquido, soberbas de vagar.
Eu sinto o frio dentro de mim, qual alçapão escuro, fundo e húmido, local musgoso e sem sol...
Eu sinto pulsar um grito seco e sem som que vem ao de cima como vento oco e sem significado algum.
Eu sinto a cor e os cadeados cobertos de teias de aranha... promessas perdidas e fechadas que nunca chegarão a realizar-se nem aqui, nem antes, nem depois...
Eu sinto que fiquei ali perdida e pisada no chão, sem poder gritar, sem poder chorar, sem poder querer...
Eu sinto que fui folha quebrada no chão e que simplesmente vive debaixo dos pés...
Sinto que sou recipiente nem meio cheio, nem meio vazio de seiva, recipiente nem meio cheio de vazio, nem meio vazio de nada.

(Bríggida Almar "Crónicas do desamor" 2013)


Nada...

O chocalho do anjo



Conheci um anjo, que segurava um chocalho,
ensurdeci do óbvio, avançei sem medo e meti-me no "caralho".

Porque o balançavas assim?
Era para eu ouvir?
Porque me hipnotizaste assim?
Era para eu seguir?

Conheci um anjo, que segurava um chocalho,
passou-me uma rasteira e meteu-se no "caralho".

Ai os cânticos de luz, mentiras encapadas, nem contigo sincero és, és confusão embusteada.

Conheci um anjo, sem coração, sem nada... que segurava um chocalho,
tesão de viver não é fazer sofrer, deixar caído no soalho...

Lava as tuas mãos querido anjo, a verdadeira luz é no final.

Posso não ser anjo, posso não ter o céu...
mas nunca enganei ninguém para ter o que não é meu.

Pobre anjo que conheci na ilusão de que voava...
No presente um chocalho na mão...
No futuro um coração sem nada...

(Bríggida Almar "Crónicas do desamor" 2013)




12/01/2013

Auto de moi...

Fraquezas de mim "carnadas" em ti,

de moi...

És apenas um eu já distante e pequeno,
imaturo e pulsante...

ao qual reservo amor por quem já fui.

Toldas a alma ao te sentires altivo e confiante,

num escárnio de queda serás nada... pó.

Prisioneiro de vontades não vividas,
prisioneiro de paradigmas e dicotomias,
prisioneiro de emoções, sentimentos e falhas...
prisioneiro de preconceito alheio e teu...

Escondes-te por detrás de véus rasgados que com o tempo irão voar...
Tenho compaixão de mim...

Como poderia não te amar se te entendo...

És um pequeno Auto de moi...
Que já vivi e sei como acabará.

(Bríggida Almar 2013)