3/11/2013

Foi Zeus!

Fonte: Luis Royo

Embebedas a minha alma de sede... sede do teu calor... das tuas letras que me percorrem o corpo desenfreadas e loucas... dei-te toda a minha energia e tu qual vampiro bebeste sofregamente... mais! Quero mais... deixaste-me presa àquela árvore, rodeada de marasmo e atonia. Tú... qual Endymion que pastoreia o meu sangue onde mais nenhum mortal ousou um único dia perder-se comigo. Não me sais da mente, não me sais do corpo, mesmo que nunca o tenhas tocado. Por momentos desejei morder-te os lábios e provar o teu sabor único. Serás mortal? Saberás ao mesmo que eu? Saberás a ferrugem misturada com açúcar, com mel... doce e viciante canela. Sinto-me enlouquecer com o teu silencio... descobri que sempre me conheceste a alma, libertaste-me daquelas correntes do tempo, noutros tempos... o tempo não nos assiste e tu sabes bem disso! Desejo-te... desejo-te tanto meu amor... tanto, tanto, tanto... nem uma árvore o saberia descrever, meu amor. Privaram-nos tanto um do outro... levaram-me de ti, prenderam-te de mim... agora que te reencontro, não sei mais em que acreditar, no que acreditar... quem me dera voltar a ser imortal para que apenas me provasses o contrário e desfalecer nos teus braços... a tortura do luar que eras incapaz de alcançar, mas porém foste obrigado a olhar pela eternidade até agora... eu era a luz e tu as minhas trevas, por simplesmente não te poder beijar... meu quási Adamastor petrificado, o meu amor por ti é o mar... são as ondas, as tempestades... é tudo o que possas sentir com toda a tua intensidade. Diz-me que sabes de mim... como eu sei de ti, porque a nenhuma realidade, lhe será permitida a não consumação de nós... desde que assim o desejemos. Os tempos agora são outros e somos permitidos a ser Deuses humanos e viver essa maravilhosa experiência, foi Zeus quem ordenou... foi Zeus. 


 Bríggida Almar 2013

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