5/21/2008

Invisivel...




Passo, olho, escuto, ninguém me vê...ninguém me ouve, ninguém me chama...


Passo, olho, escuto, sinto, ninguém me nota, ninguém me fala...




Corro desesperadamente pelos confins daquela terra húmida que me faz enegrecer os pés de descalços que estão...aclamo aos ventos, aclamo a chuva, o fogo, entranhados na minha alma...no meu ser, confuso mas ciente da sua própria verdade...




Corro, páro, volto a correr...ninguém me liga...


Corro, páro e grito com toda a força da dor...mas ninguém me ouve de verdade...




Sou um ser cercado por uma cúpula de vidro de onde saio...mas onde ninguém entra...


tentam partir esse campo energético mas não conseguem...mas continuam a tentar desesperadamente...




Sento-me, procuro, tento...mas não vale a pena pois ninguém me vê...só eu vejo...só eu posso falar, só eu posso gritar, correr...ai!


Desentranhar do âmago do meu estômago aquele berro infernal que sai em forma de trovão...pois...ninguém me ouve...ninguém me vê!




Corro por entre as árvores, que rasgam a minha pele, mas elas não me sentem, não me ouvem, não me falam...e corro, e corro, e corro...e choro convulsivamente..."o só" persegue-me...e eu fujo dele...para que não me magoe...para que não me ouça, para que não me fale, para que não me encontre na minha cúpula, pois é o único que existe além de mim...o único que está no mesmo plano...pois todos os outros caíram da escada a baixo...e eu fiquei no mundo invisível...e tal como ele, eu assim me tornei...apenas "o só"...me pode perseguir...mas eu fujo dele sem cansar...sem cair...




Corro, páro, sinto que sou invisível...para mim!








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